domingo, 19 de julho de 2015

Tensão Pré-Prova

  
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As vésperas do dia do Desafio, a tensão era alta. Vários sentimentos estavam envolvidos como a ansiedade da largada, o medo de quebrar (lesão) na prova e a alegria de ter encarado essa jornada. Você já deve ter vivido alguns momentos de tensão na sua vida, os piores, na minha opinião, são aqueles com data marcada. Você sabe que no dia “x” tal coisa vai acontecer e é inevitável não pensar nisso. Quer fazer um teste rápido? Pense num elefante rosa, mentalize detalhes da imagem. Agora pare de pensar no elefante rosa. Conseguiu? Se sim, parabéns, você possui um auto controle muito bom.
O que mais preocupa, sem dúvidas, é o psicológico. Muitas pessoas me falaram que correr uma maratona é 70% mental e somente 30% físico. Alguns arriscaram a dizer que chega a ser 90% mental. Na semana que antecedeu a maratona, tive a sorte de estar de férias. Pude parar e esvaziar a mente, conversar com amigos que já viveram essa experiência (alguns até ultramaratonas). Recebi deles uma “injeção” de gás, de motivação! O conselho que mais marcou foi do meu amigo Alemão, que me disse num almoço: “[...] te diverte  na prova!”. Aproveitei toda essa carga emocional para curtir cada momento dessa reta final e refletir.
A sexta era uma data muito importante para a Ali e eu, Dia dos Namorados. Diferente do último ano em que saímos para jantar, neste ganhei o maior presente, o carinho dela em entender o meu momento e ainda preparar o jantar. Aproveitamos para conversar um pouco, curtir um ao outro. Ao longo dessa trajetória, sem ela, sem dúvidas, não chegaria ao final. Minha maior apoiadora e com quem sempre pude partilhar e receber os conselhos certos.


O sábado começou diferente, logo quando acordei decidi pôr o celular em modo avião. Avisei os amigos que, se alguém precisasse falar comigo, estaria com a Ali, era só contatar ela. Procurei manter a mente ocupada e logo cedo saímos para comprar algumas coisas que faltavam. Nosso tour começou pela loja de suplemento da SNC no Parcão. Foi muito bom encontrar outros runners e poder conversar um pouco. Depois demos um pulo na loja de equipamentos esportivos Quallys para comprar um canelito, lembrei na sexta que o meu tinha dado para o meu amigo Christian. Pausa para um almoço em família. Fomos na casa dos dindos dela, Marta e Zé, um momento especial. Me senti muito parte da família com todos perguntando sobre a prova que ia ser no dia seguinte. Recebi o carinho e o zelo de todos. O tio Zé ainda brincou que a feijoada ia dar o gás final da prova! Ficou a promessa que pós prova ainda íamos comemorar com a cerveja artesanal que ele faz. Alegria e boas risadas no meio de um turbilhão de sentimentos.
À tarde, fechamos o tour indo ao supermercado. Lá, combinei de encontrar meu amigo Tiaguinho. Brinco que ele é o meu “poder superior”, no sentido de ser alguém que me traz muita segurança. Ele seria meu staff na prova e peça fundamental em todo o planejamento feito pelo meu treinador e amigo, Vini. Encontramos ele já no final das compras e fomos para a praça de alimentação do shopping. A ideia desse encontro era acertarmos os últimos detalhes, vendo o mapa do percurso e fazer a última tarefa que o Vini tinha me passado: fazer a prova mentalmente pensando em cada km da prova. Entreguei a ele a suplementação e hidratação com o planejamento km a km montado pelo Vini e pensei “agora não resta mais nada a se fazer”. Aproveitei que ele teve que voltar ao supermercado e a emoção tomou conta de uma forma que não controlei e desabei a chorar Para me confortar estava a Ali, o melhor abraço do mundo!


Para fechar a noite, rolou ainda jantinha especial, o famoso jantar de massas. O melhor, foi feito pelo melhor mestre-cuca da cidade, a Ali! A escolha do tipo da massa foi a minha preferida, fusilli longo. Só encontro num restaurante em Porto Alegre, mas lá não tem o melhor tempero, o amor! Organizei tudo que ia precisar para a prova e fui tentar dormir. Cabeça a mil por hora. Aos poucos fui relaxando e apaguei. A Ali ainda ia ficar acordada terminando de fazer algumas coisas para o dia seguinte, sem entender o que ainda teria para organizar dormi. No dia seguinte... Ah, essa parte fica para semana que vem!

Até a próxima semana!